21/02/12

Viajar é sempre bom! Mas quando a viagem tem como destino uma das regiões grandes produtoras de vinhos, a viagem fica ainda melhor. Ao visitar países como Itália, França, Espanha, África do Sul, Califórnia, Argentina e Chile, é obrigatório um passeio pelas vinícolas locais. Em algumas, o caminho pelas videiras, pode ser feito de bicicleta ou outras oferecem até acomodações para que depois de conhecer o processo de frabricação do vinho e degustá-lo, o visitante hospede-se no local.  Hoje, a coluna de Vinhos separou um roteiro para a sua próxima viagem.  

Califórnia

O Estado atrai cerca de 20 milhões de turistas para as regiões dedicadas à vinicultura. A Califórnia é responsável por 90% da produção de vinho dos Estados Unidos e é a quarta produtora mundial da bebida, depois de França, Itália e Espanha.  O roteiro de degustação envolve cerca de 2.700 vinícolas do Estado norte-americano da Califórnia. A combinação de clima e solo faz da região um dos principais destinos do mundo para enólogos e amantes do vinho. 
 
Santa Bárbara é uma das mais importantes regiões vinícolas dos EUA. Os microclimas e solos de Santa Barbara fazem da região a mais famosa produtora de chardonnay, pinot noit e syrah do país.  Além de Santa Barbara, pelo menos oito regiões californianas se dedicam quase que totalmente à vinicultura —Napa, Sonoma, Mendocino, Lake, Amador, Monterey, Santa Cruz, San Luis Obispo. Embora em menor concentração, também abrigam boas vinícolas as regiões de San Joaquin, Sacramento, Marin, Solano, San Diego, Alameda, San Bernardino e Riverside. Com tanta diversidade, fica difícil apontar a melhor região para degustar a bebida. Todas têm excelentes vinícolas, e o melhor destino depende da variedade de uva preferida do viajante.
 
Quem conhece pouco deve começar a viagem por Napa —região norte do Estado que fica menos de uma hora de carro de San Francisco— ou por Santa Barbara, a cerca de uma hora e meia de Los Angeles. Além de próximas de grandes cidades, as duas regiões têm grande variedade de uva e de vinhos.
 
Cada degustação inclui quatro ou cinco tipos de vinho e custa de US$ 10 a US$ 20. É o preço de uma taça de vinho em um bom restaurante. 
 
A maioria dos fabricantes que organizam tour pela vinícola cobra mais, mas alguns oferecem visitas guiadas gratuitas. Os tours são educativos e mostram as instalações e todo o processo de produção da bebida. Muitos turistas contratam tours particulares e vão até as salas de degustação de limousine, de jeep ou de biblicleta.
 
A melhor época para fazer degustação de vinhos na Califórnia é do final de agosto ao final de setembro, quando a maioria das vinícolas faz a colheita das uvas. As vinícolas abrem as portas ao público entre 10h e 17h e quem quer continuar a beber vinho deve ir a um bar ou restaurante.
 
A vida noturna nas cidades vinícolas normalmente se restringe a jantares e não passa da meia-noite. Restaurantes lotam por volta das 19h e fecham as cozinhas antes das 22h. Algumas casas, especialmente em Sonoma e em Carmel —mais charmosa cidade da península de Monterey—, ficam abertas até as 2h, mas servem somente drinques e petiscos. 
 
 
Chile
 
Entre as mais de dez zonas vinícolas diferentes que o Chile possui, as mais importantes estão perto de Santiago, a, no máximo, duas horas de carro. Mas dá até para ir de metrô para algumas das bodegas, que recebem os turistas com ótima estrutura: visitas guiadas, degustações, cavalgadas, bons restaurantes e pousadas.Vinícolas históricas ficam perto da capital
 
A facilidade de acesso a algumas vinícolas próximas faz de Santiago um destino perfeito para os apreciadores do vinho, ou mesmo aqueles que apenas têm uriosidade a respeito da bebida. Combinando metrô com táxi ou ônibus é possível ir rapidamente a propriedades. Confiras algumas vinículas chilenas:
 
VALE DO MAIPO
 
Concha y Toro: Funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h. Fecha aos domingos e feriados. A visita custa US$ 12. Tem restaurante, loja e bar de vinhos. Av. Virginia Subercaseaux 210, Pirque. Tel. 56 (2) 476-5680.www.conchaytoro.com
 
Cousiño-Macul: De segunda a sexta-feira, visitas entre 11h e 16h. Sábados, às 11h e ao meio-dia. Entrada: R$ 25. Av. Quilín 7100, Peñalolen, Santiago. Tel. 56 (2) 351-4135. www.cousinomacul.cl
 
Haras de Pirque: Visitas devem ser agendadas pelo site. Fundo La Rochuela, Camino San Vicente s/n, Sector Macul, Pirque. Tel. 56 (2) 854-7910. www.harasdepirque.com
 
Odfjell: Camino Viejo a Valparaiso 7000, Padre Hurtado, Santiago. Tel. 56 (2) 811-1530. Visitas devem ser agendadas pelo site.www.odfjellvineyards.cl
Viña Santa Rita: Tem hotel, restaurante, loja e museu. O tour custa R$ 30. Camino Padre Hurtado 695, Alto Jahuel, Santiago. Tel. 56 (2) 362-2520.www.santarita.com
 
VALE DE CASABLANCA
 
Indomita: Funciona todos os dias, das 10h às 17h. Ruta 68, km 64. Tel. 56 (2) 215-3900. www.indomita.cl
 
Matetic: Moderna, tem hotel (diária a partir de US$ 460) e restaurante. São três tipos de visita, com preços entre R$ 35 e R$ 120 (com almoço). Fundo Rosario,
Lagunillas. Tel. 56 (2) 595-2661. www.mateticvineyards.com
 
VALE DE SAN ANTONIO
 
Casa Marin: Degustações custam entre US$ 17 e US$ 28. Tem hotel com diárias a US$ 150 e várias atividades exclusivas. O programa de um dia inteiro durante a colheita sai por US$ 59. Tel. 56 (2) 334-2986.www.casamarin.cl
 
VALE DO COLCHÁGUA
 
Casa Lapostolle: Conta com um ótimo hotel. Diárias a US$ 400 por pessoa. Tel. 56 (7) 295-3360. www.casalapostolle.com
Vik: Vinícola novata, está construindo um fabuloso complexo enoturístico em Villahue. Já funciona um exclusivo hotel de quatro quartos (diárias a US$ 500 por pessoa). Tel. 56 (2) 248-2223. www.vik.cl
 
Viña Montes: A vinícola foi construída seguindo as regras do feng shui. Tel. 56 (2) 248-4796. www.monteswines.com
 
Viña La Playa: Tem um hotel bastante agradável (até dia 30 de abril está com 20% de desconto, com diárias a partir de US$ 140) e um restaurante que serve boa comida. Podem ser organizadas cavalgadas e outros programas. Camino a Calleuque s/n, Peralillo, Santa Cruz. Tel. 56 (2) 657-9991. www.hotelvinalaplaya.cl
 
Viu Manent: Tem café, restaurante e centro equestre. Aberto diariamente das 10h30m às 16h30m. Carretera del Vino km 37, Santa Cruz. Tel. 56 (2) 840-3181. www.viumanent.cl
 
VALE DO CACHAPOAL
 
Altair: Visitas acontecem de segunda-feira a sábado, entre 9h e 20h (preços de R$ 65 a R$ 250. Tel. 56 (2) 477-5598. www.altairwines.com
 
Anakena: Tem restaurante, loja e diversas atividades, como piqueniques e cavalgadas. Camino Pimpinela s/n, Requínoa. Tel. 56 (7) 295-4203.www.anakenawines.cl
 
Viña La Rosa: É uma das mais antigas do país, fundada em 1824. Ruta H 66-G km 37, Fundo La Rosa, Peumo. Tel. 56 (2) 670-0620. www.larosa.cl
 
 
Argentina
 
O país possui sete centros produtores da bebida. Entre eles, o maior destaque fica para a região de Mendoza. Seus vinhos ganham cada vez mais corpo, aromas e o paladar dos bons degustadores. Mendoza fica ao pé da Cordilheira dos Andes. O clima ameno favorece o cultivo de boas uvas.  O local é dividido em outras quatro regiões produtoras.
Para conhecer boas vinículas sem pressa, curtir a cidade e visitar outras lugares que produzem vinho da região, se aconselha cerca de cinco dias. Pois conhecer as belezas dos vales e cordilheira também é essencial. Alguns locais são programas obrigatórios por lá. Como na região de Maipú, visitar a Bodega da Família Rutini e Zuccardi. 
 
No Valle do Uco e Lujan de Cuyo selecione boas vinícolas para degustar boas experiências de sabores. Alugar um carro ou contratar um motorista particular é o melhor meio de conhecer a região. Fuja de roteiros fechados, com horários de ida e volta.
 
As bodegas Andeluza e Salenteim são programas perfeitos no Vale do Uco. Passe tardes diante de história, sensações e boa comida também. A região conta com bons restaurantes. Para conhecer a fabricacação de Malbec vá à Lujan de Cuyo. Nortone Cartena Zapata são as preferidas. É uma verdadeira experiência.
 
 
Itália
 
As estradas do vinho constituem um eficaz instrumento do Turismo do Vinho na Itália. Os primeiros exemplos apareceram espontaneamente na metade dos anos 70 na Região de Friuli e Venezia Giulia (Estrada do Vinho do Collio e do Merlot). Elas foram oficialmente regulamentadas na Itália por uma lei datada de 1999.  Existem certa de 140 estradas do vinho.  Elas englobam 1.300 cidades, 400 tipos de denominação de vinho e 3.300 vinícolas.
O sucesso  ajudou na criação da Estrada do Gosto e do Sabor, voltadas para propriedades agro-alimentares como queijos, presuntos, óleos, arroz e outros. São as Estradas do Barolo, Barbaresco, Monferrato, Bardolino, Soave, Prosecco, Valpolicella, Franciacorta, Terre di Arezzo, Chiante, Colli di Maremma, Irpina e muito mais.
Elas geralmente estão disponíveis em hotéis, enotecas, bares e centro de informações ao turista de cada região.
Em: http://it.geocities.com/stradedelvino/strade_del_vino_e_dei_sapori_in_Italia.htm é possível obter a lista com todos os sites das Estradas do Vinho da Itália.
 
 
França 
 
Na França nasceram os vinhos finos e seu solo deu origem às uvas mais tradicionais: Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Malbec, Carmenère, Chardonnay, Sauvignon Blanc. As Regiões vinícolas são Alsace, Bordeaux, Bourgogne, Champagne, Corse, Côtes du Rhône, Jura, L`Est, Languedoc-Roussillon, Normandie, Provence, Savoie, Sud-Ouest, Val de Loire. 
 
 
Bordeaux:
 
Muitos vinhos possuem uma denominação genérica “Bordeaux”, por isso uma dica é procurar nos rótulos a classificação do vinhedo (1 – premier, 2 – deuxiéme,… até 5).
Dois dos vinhos doces mais respeitados do mundo são de Sauternes e Barsac.  Além dessas, existem outras regiões produtoras ao norte e sul de Bordeaux. 
Bordeaux possui mais de 9 mil “Châteaux” e é composta por 57 AOCs (Denominação de Origem Controlada – Appelation d’Origine Controlée)
 
Borgonha:
Região de vinhos fáceis de gostar, delicados e intensos. Alguns dos tintos mais caros do mundo – Domaine de la Romanée-Conti, por exemlo, provém dessa região.
A região baseia sua produção em uvas Pinot Noir (tinta) e Chardonnay (branca).
Há centenas de denominações de brancos e tintos excepcionais. O vinho Beaujolais é famoso e de excelente qualidade. São produzidos com uvas Gamay (próprias do produtor) e com o método tradicional. Os Beaujolais Nouveaux devem ser consumidos como um vinho branco: fresco. Não compre um Nouveaux após o mês de abril do ano seguinte à sua safra. Este é um vinho que se bebe novo, pois sua produção é feita com uvas com a casca e sem serem esmagadas, o que interfere na qualidade.
 
Loire: 
Aqui nasceu o Chenin Blanc ou como é conhecido “Pineau de la Loire”. Há Sauvignon Blanc, Muscadet e Chasselas. As uvas tintas são Côt (Malbec, como conhecemos), Chenin Noir, Grolleau, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot Noir, e Gamay.
As Muscadet são excelentes acompanhantes de frutos do mar.
 
Provence:
Aqui são produzidos grandes Rosés. As principais uvas utilizadas na produção são: Cinsault, Grenache, Mourvèrde, Syrah, Tibouren, Carigan e Cabernet Sauvignon.
 
Alsace:
Aqui é produzido o segundo maior espumante depois do Champagne: o Crément d’Alsace.
A produção de vinhos brancos da região é muito respeitada. Suas uvas predominantes são: Riesling, Gewurtraminer, Pinot Gris, Muscat d’Alsace, Sylvaner e Pinot Blanc.
 
Champagne:
Terra dos espumantes! O confundimos com uma bebida que, simplesmente, faz espuma e tem bolhas. O nome Pérlage significa colar de pérolas, justamente por isso. São daqui os melhores espumantes do mundo.
Há nessa região, também, o Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier. As garrafas são espumatizadas nos sub-solos de muitas das principais adegas.
 
 
* Apesar da cultura do vinho fortemente enraizada nestas regiões, o enoturismo não é dirigido só a experts. Os circuitos são preparados para ensinar o turista a fazer uma degustação correta (ou aprimorar as técnicas) e a perceber as diferenças entre cada tipo de vinho apresentado. Descobri-los é uma forma interessante de conhecer a França em toda sua essência.
 
Espanha
 
As vinícolas espanholas se espalham por três regiões: Região Norte, mais conhecida pelos espumantes cavas e pelos vinhos de mesa de alta qualidade; Região Central, também produtora de vinhos de mesa, mas que apresentam um teor alcoólico mais alto; Região Sul, local dos apreciados e famosos vinhos generosos.
A Espanha possui a maior área de vinhedos do mundo, porém é o país que possui a mais baixa produção de vinhos por hectares.
Só para se ter uma idéia, a Espanha produz 30 hectolitros por hectare de terra, já Bordeaux produz 40 hectolitros. O Brasil produz de 50 a 200 hectolitros por hectare.
 
As principais regiões vinícolas são Rioja, Ribeira Del Duero, Priorato e Toro. 
 
 
Rioja:
Esta é a mais antiga DO (Denominación de Origen) da Espanha, e a primeira a ser elevada ao patamar DOC, apenas em 1991.
Está dividida em Rioja Alta, Rioja Alavesa e Rioja Baja. 
Predominantemente tinta, 80% das uvas são: Trempanillo, Garnacha, Mazuelo e Cariñena. 
Brancas são: Macabeo (ou Viura), Garnacha Blanca e Malvasia Riojana.
 
Ribera Del Duero:
Aqui é produzido o Veja Sicília, muito conhecido.
Principais uvas tintas da região: Tinta Del Pais (ou Tempranillo), Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Garnacha Tinta.
Branca: Albillo.
 
Bierzo:
Aqui são produzidos vinhos rústicos, bons para acompanharem comidas gordurosas..
Principal uva é a Cabernet Franc (mas há quem diga que é a Jean Portuguesa).
Aqui produz-se também vinhos rosados e brancos com as uvas: Doña Blanca, Godello, Malvasia e Palomino.
Tintas: Garnacha, Tintorera e Mencía.
 
Toro:
Em Toro as uvas são tintas: Tempranillo e a Garnacha. Estes possuem destaque no Brasil.
Há também a Cabernet Sauvignon que não é oficialmente permitida.
As brancas são: Malvasia e Verdejo.
 
África do Sul
 
O Vale Constantia, na Província do Cabo Ocidental, é uma das regiões da África do Sul com terra apropriada para o cultivo da uva. Steenberg, a cerca de 20 minutos da Cidade do Cabo, é uma mescla de hotel e de vinícola e fica em uma fazenda de 320 anos. Contam que a primeira proprietária do local era uma mulher valente chamada Catherina Ustings, de origem alemã, lendária por matar leões e colecionar maridos (cinco, ao todo).
 
O  vinho especial da vinícola é o sauvignon blanc -há um total de sete vinhos diferentes. Os hóspedes do hotel-vinícola podem conhecer o processo de fabricação do vinho. É agradável caminhar pelos vinhedos, além de visitar o campo de golfe -um importante esporte nacional, junto do críquete e do rúgbi.
 
A hospedagem para o casal em Steenberg varia de US$ 220 a US$ 320. É possível dormir também na casa-grande da fazenda. 
 

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