29/04/12

Considerado um "mago da iluminação",  Mário Hermes Gallerani Júnior  dedica-se  exclusivamente à arte de  iluminar, há 13 anos.  Gallerani é pai de  Mariana, Pedro e Julio, e fascinado por história, natureza e ufologia. Ele se define como um trabalhador compulsivo e já atuou em várias áreas. Foi músico e teve  muitas bandas, entre elas Homo Sapiens, Sol, Saladas de Frutas, Pó de Anjo e, a última, Piratas do Asfalto. É formado em Engenharia Mecânica e trabalhou durante um tempo como engenheiro.

Trouxe em 1980 para Vitória  o primeiro sistema de som para música ao vivo, primeira iluminação e, como engenheiro, projetou e construiu o primeiro palco de estrutura metálica do Estado. Produzia festivais de música onde despontou a galera que fazia MPB, como Rogerinho Borges, Guto Neves, João Pimenta, Carlos Bona e Carlos Papel, entre outros. Produziu também a New Wave danceteria, onde foi lançado o Pó de Anjo, Grupo Thor, Condominio Fechado, Cachorro Doido e mais um monte de bandas que ainda hoje atuam no cenário musical capixaba, mesmo que em novas formações e novos nomes. Nesta entrevista, Gallerani ele fala sobre iluminação e do que gosta no dia a dia.

 
 Iluminação em um evento é fundamental. Qual a regra básica que a pessoa responsável por ela deve seguir?
 Simplesmente um evento sem uma iluminação especial, elaborada com o objetivo de integrar espaço e público, vira festinha caseira (risos). Cabe ao iluminador transformar o ambiente, valorizar a decoração, criar situações surpresa, buscando gerar um espaço diferenciado e em harmonia com o objetivo do evento. A regra básica é ter sensibilidade, senão vira um trabalho de eletricista que é simplesmente clarear.
 
 Quais são as luzes mais usadas hoje para iluminar os ambiente das festas?
 Toda e qualquer fonte de lume.  Por exemplo, desde a forma mais primitiva, como velas, tochas e lamparinas, como lâmpadas halógenas, eletrônicas, metálicas etc… Também refletores, projetores e equipamentos de última geração, como movie head, movie ligth e elementos da tecnologia LED. Ao longo de minha caminhada, criei também vários tipos de refletores e projetores que utilizo nas obras que realizo e que não se encontra em loja nenhuma (risos).
 
 Há diferença na iluminação de acordo com o estilo do evento? Quais são? Dê alguns exemplos?
 A iluminação é como uma roupa de festa. Então se você vai a um aniversário de 15 anos ou numa festa de formatura, você usa um tipo de roupa e o público é jovem, então a iluminação deve ter a cara do pessoal. Já num evento empresarial ou num casamento, a referência é outra, e se você vai a um velório, é outra diferente (risos).
 
O que deve ganhar mais destaque, ser mais iluminado?
O importante é o iluminador ter entendimento do objetivo do evento, para assim utilizar o poder de transformação da iluminação para valorizar os alvos que devem ser evidenciados.
 
 Iluminação da Basílica de Santo Antônio, feira por Gallerani.  Com esta obra, ele recebeu uma "Moção de Aplausos" na Câmara Municipal de Vitória. 
A foto é de Luiz Umbelino.
 
 Vamos falar sobre seus gostos e preferências. O que gosta de fazer nas horas vagas?
Olha, sou um trabalhador compulsivo (risos). E realmente o dia deveria ter 48 horas para mim. De vez em quando vejo filme, mas gosto mesmo de conhecimento, então sempre que dá assisto ao History Chanel, Discovery ou National Geografic. Também estou sempre lendo mais de um livro ao mesmo tempo.
 
Faz atividade física? Qual?
Meu trabalho já é uma atividade fisica e mental e tanto. Gosto também de caminhar.
 
Uma música?
Todas de Leon Russel (mas em especial "Mascared", que já foi gravada também por George Benson e outras feras). Adoro também as Bandas Super Tramp e Steely Dan.
 
 Uma viagem que marcou?
 Em 1998, depois de já ter atuado em outras, chegou ao fim nossa banda de pop rock Piratas do Asfalto, na qual era compositor e tecladista. Com ela chegava ao fim o sonho de ser músico. Confesso que fiquei meio perdido e então peguei o carro, violão, minha velha prancha de surfe e passei uns quatro meses viajando pelo litoral e montanhas do nosso Estado. Como fui o produtor pioneiro dos eventos em Vitória e, consequentemente, do Estado, tinha e realizava locações de som, palco e iluminação e como músico também, ao chegar nestas cidades, fazia um revival de ações que lá já havia realizado. Foi a forma como consegui resgatar e entender o porquê de fazemos tantas coisas. Durante esse período, decidi focar em iluminação.
 
Um lugar que ainda quer conhecer?
Existem vários vórtices do planeta onde gostaria de ir, tipo Machu Picchu, pirâmides do Egito e México, deserto de Nazca, Stonehed, na Inglaterra, entre outros, mas atualmente vejo como alvo a Ilha de Páscoa, isso porque recentemente os arqueólogos descobriram que os moais não são só as cabeças. Eles têm o corpo inteiro, tronco, braços, pernas e pés. Isso é impressionante pois torna mais incompreensível ainda como a galera daquela época conseguiu construí-los. Com essa descoberta, até a forma de explicar o desaparecimento daquela civilização está sendo reestudada.
 
Um refúgio?
 Estar no sitio onde temos uma mata que preservo desde criança. Lá há  muitos pássaros, esquilos, macaquinhos, lagartos e cobras também (risos). Tem um rio que faz divisa com Manguinhos e o mar na nossa frente. É muito legal estar no meio desta diversidade e saber que fui eu quem lutou contra todos da família para preservar a ecologia do espaço, isso desde criancinha, quando nem se ouvia falar de preservação do meio ambiente…
 
Um livro?
Sempre estou lendo mais de um, mas recentemente li um sobre Pompéia, a cidade romana soterrada pelo Vesúvio. Tudo ainda está muito vivo na memória. A narrativa é tão bem feita que você, por instantes, tem a sensação de estar lá vivendo os últimos momentos da cidade.
 
Um filme?
"Destino do Poseidon". O sermão do padre, nos covés do navio, trago até hoje na memória e é a principal referência que tenho de Deus.  Além de ser a história toda um grande exemplo de força de vontade para se alcançar um objetivo. Vi este filme há muitos anos, no extinto Cine Juparanã, com meu pai Mário Gallerani, que já partiu para outra dimensão.
 
Um restaurante?
O melhor é a casa da minha mãe, Celia Gallerani, pois minha irmã Déde Cavalcante, vulgo "Mary Terreci Kelly", cozinha maravilhosamente bem (risos).
 
Uma comida?
O canedlle, sopa de origem italiana, que Dedé faz e que aprendeu com a minha avó Leonor Gallerani. Coisas de tradição da familia. Segundo o porta-voz do Vaticano, é também o prato favorito do Papa (risos).
 
Deus? 
Acho que é um cara muito ocupado… É o maestro da construção de uma sinfonia em permanente expansão, que é o universo. Então é trabalho e, principalmente, muito amor, porque a música é infinita e o amor o bálsamo para todas as dores. Acredito que todos somos uma micropartícula Dele, afinal somos filhos de Deus, não é? Então, na verdade, somos todos irmãos que devemos nos tratar com respeito e caridade. Devemos realizar nossa parte como operários desta obra intrigante e maravilhosa, procurando não incomodá-lo com pedidos idiotas, como para meu time ganhar uma partida e outras do gênero (risos).
 
Família?
O alicerce da sociedade.
 
Uma frase que é seu lema de vida?
"De tudo que vale mais na vida, nada é igual a um grande amor"…Gallerani Jr. E " vamos avançando" !!!
 
Confira mais iluminações de Gallerani:
 
 
Casamento no 38º BI – Vila Velha-ES 
 
 
 
 
 
ILUMINAÇÃO ESTRUTURAL ARQUITETÔNICA CENOGRÁFICA.
 
Evento: " Home In " /  Empreendimento CELEBRITY  /  Construtora  ROSSI
 
 
 
 
 
 
ILUMINAÇÃO ESTRUTURAL ARQUITETÔNICA CENOGRÁFICA.
 
Evento: " XXII FEIRA DO VERDE.
 
 Foto aérea da "Nave Mãe no "Campo de Pouso" da Praça do Papa. (Cacá Lima) .
 
 
 
 

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