01/09/13

Ele comanda, há quase oito anos, a Finché Eventos e Coquetelaria que movimenta os eventos na Ilha. Luca Moraes  trabalhou durante 12 anos como bartender em bares, boates e restaurantes de Vitória, até que decidiu apostar e abrir um empresa para o setor. De lá para cá, seu negócio vem crescendo bastante, juntamente com os eventos na capital. Nesta entrevista ele conta como tudo começou, fala
sobre a empresa e muito mais! Confira: 
 
Quando começou a trabalhar com drinques e bebidas? Conte-nos um pouco da sua história.
Assim que cheguei do Rio, comecei a trabalhar a noite para estudar durante o dia. O primeiro emprego foi no Chez Michou onde tive o primeiro
contato com a coquetelaria. Foram 12 anos trabalhando em bares, restaurantes e boates em Vitória e Guarapari. Trabalhei por muito anos com design para a internet e dei aulas em algumas 
escolas de informática, mas larguei tudo há 3 anos para me dedicar apenas à Finché. 
 
Como surgiu a ideia de montar uma estrutura própria para festas particulares? 
 A ideia evoluiu após a intensificação das solicitações para executar esse tipo de trabalho e na época não existiam empresas especializadas. Tudo começou em 2006.
 
No início, quais foram as  dificuldades?
Quando começei, o serviço de coquetelaria era considerado "um algo a mais" e – como não tínhamos parâmetros na época – fazer com que o contratante investisse pesado
no serviço para torná-lo uma das atrações era muito complicado e por isso ficamos um bom tempo fazendo o "feijão com arroz". 
 
E o que mudou nesses anos?
 Com certeza o capixaba está muito mais exigente e preocupado com a qualidade dos produtos ou serviços que contrata, vejo empresas investindo pesado
em coquetelaria, gastronomia e na qualificação de seus funcionários, com isso ganhamos excelentes bartenders.
 
Quais são as dificuldades hoje?
Acredito que as grandes dificuldades hoje são: primeiro,  No ES, o valor das mercadorias são, em média, 20% mais caros do que no RJ e SP;  segundo, infelizmente algumas equipes de bar ainda estão na "pré-história" e ainda não estão preparadas para atender ao novo consumidor capixaba. Isso é ruim para todo mundo porque atrasa o desenvolvimento do setor como um todo. Muitos clientes ligam pra mim achando que "todos os serviços são iguais" e questionam-me bastante sobre a diferença dos preços da minha tabela perante alguns concorrentes; e ainda,  muitos produtos que precisamos para novas criações não estão disponíveis no mercado e por isso tenho que trazer do Rio ou de São Paulo e , por último, a falta de apoio das grandes empresas do setor de bebidas.
 
 
Para aprender os drinques e saber as novidades do mercado, como faz, estuda, faz pesquisas ou viaja? Ou tudo isso junto?
 Uso a internet para acompanhar o mercado mas grande parte do material disponível dificilmente aplica-se a um evento do tipo "open bar". Aposto muito nas viajens que faço, não só para ver novidades mas para ver o atendimento prestado pelos profissionais do setor. Hoje temos o privilégio de ter muitos profissionais de qualidade por aqui e por isso mantenho contado para trocar informações. Tenho a sorte de
ter os meus concorrentes como grandes amigos.
 
Quais as misturas mais diferentes que ele já fez?
O trabalho que fazemos com as infusões é interessante: café ou canela com maracujá e morango com pimenta são as minhas favoritas.
 
 Quais os drinques prediletos de homens e mulheres? 
 Depende do paladar de cada um, geralmente mulheres preferem coquetéis mais suaves – ao contrário dos homens – mas isso está mudando.
 
 
 Quais as novidades do mercado?
 Hoje essa nova geração de bartendes estão mais ousados e estão inventando moda a cada dia: drinks moleculares, servir coquetéis em embalagens
que reaproveitadas (aquelas utilizadas para fazer compotas), decorados com flores comestíveis, emfim, existe um universo a ser explorado.
 
 
Quais as novidades da Finché? 
Na verdade, o que é novidade por aqui não é tão novo assim (risos): hoje produzimos nossas infusões, geléias e xaropes. Muitos devem lembrar das garrafas com ervas, frutas e raízes, expostas nas últimas prateleiras do "boteco do bairro". A diferença é que fazemos testes de harmonização com outros componentes (destilados, frutas, geléias, folhas) até obter coquetéis sofisticados, com uma perfeita combinação
entre sabor, aroma e apresentação. Temos infusões com café, canela, cravo da índia, chá mate, anis e cascas de frutas como o limão, lima da pérsia e tangerina.
Com o aumento das solicitações para festas infantis, 15 anos, eventos empresariais e religiosos, fizemos alterações significativas em nossa carta não alcoólica. 
Para esta carta trabalhamos com xaropes artesanais, folhas, geléias, frutas in natura, iogurte natural e sucos de frutas diferenciados (cramberry e blueberry por exemplo) 
Para este semestre estou elaborando uma carta especial, que atenderá casamentos e eventos feitos em lojas, utilizando prosecco, bitters, whisky e flores comestíveis.
 
 
Você está investindo em um buffet externo? Qual o foco?
 Sim e já fizemos alguns trabalhos bem interessantes. Pretendemos trabalhar em eventos informais, geralmente feitos na área gourmet dos edifícios. O objetivo desse produto é o de levar um restaurante
para a casa do cliente mas com estrutura para atender até 150 pessoas. Evitamos trabalhar com frituras, começamos com uma mesa de entadas [bem light], servimos um aperitivo antes do jantar e logo após o jantar é servido com até 3 opções de pratos, servidos a la carte. As bebidas são escolhidas pelo cliente de acordo com suas preferências.
 
Fazem casamentos, 15 anos? 
Não é o nosso objetivo. Para esta finalidade o mercado conta com empresas extremamente competentes e bem estruturadas como o Le Buffet, MS, Oásis
Casa de Pedra, sweet Gula e por aí vai ….  
 
Como faz a divulgação da sua empresa?
Nosso perfil do Facebook possui quase 5.000 cadastros espontâneos e hoje é a ferramenta principal [ facebook.com/finche.eventos ].
Também investi bastante no site [ www.finche.com.br ]. Noventa e cinco por cento das pessoas que me procuram viram nosso trabalho em algum lugar ou são indicados por cerimoniais e cerimonialistas.
 
 
Qual o drinque do momento? Há algum? 
Aqui na Finché estou apostando nos Spritz para este verão. Os spritz são de origem européia – fazem muito sucesso na itália – e basicamente são compostos
por aperitivos/bitters (Aperol e Fernet por exemplo), prosecco e água gasosa. Como a média de temperatura em Vitória é alta, sempre apostei nos coquetéis refrescantes.
 
 
 
Um pouco sobre o seu dia  a dia…
 
Quando não está trabalhando, o que faz para para relaxar?
 Gosto muito de dar uma corrida pelo calçadão e pegar um sol na praia.
 
 
Faz atividade física? Qual?
 
Tento praticar jiu Jitsu, eu juro – tem 1 mês que não treino – mas as corridas no calçadão são sagradas. É difícil conciliar o meu trabalho aos treinos.
 
 
Uma música?
Rock é o que eu gosto, música várias mas a que vem à cabeça é "Help Is On The Way" do Rise Against. 
Essa música foi inspirada na destruição causada em Nova Orleans pelo Katrina.
 
 
Uma viagem inesquecível e um lugar que ainda deseja conhecer?
Todas as viagens que faço para o Rio de Janeiro são inesquecíveis e sempre serão as melhores. Gostaria de conhecer Madrid.
 
 
Um refúgio?
 Meu trabalho.
 
 
Um livro?
 Sociedade Líquida – Zygmunt Bauman
 
 
 
Um filme?
 Gosto de documentários – Bato palmas sempre quando vejo algum trabalho do Michael Moore (Tiros em Columbine) e Super Size me do Morgan Spurlock são exemplos.
 
 
Quais os bares, restaurantes e botecos preferidos?
 
 Em Vitória, Salsa da Praia, Mercador, Dom Camaleone, Ensaio, Los Chicos, Bacana, Casa de Bamba, Misturas Bar, Bar do Gaucho (Bairro República).
No Rio,  Bar Urca, Garrafas, Bar do Gomez, Bar da Boa, Rio Scenarium, Bartodomeu, Quiosque do Português. E em São Paulo,gosto do N.O.H e Astor
 
 
Uma comida?
Feijoadinha de camarão, feita pela dona Solange – minha mãe – é claro.
Também gosto muito do filé olimpo, servido no Salsa da Praia.
 
 
Deus?
Acredito que Deus está em todas as nossas atitudes. Infelizmente temos pessoas que dizem acreditar e temer
a Deus mas que tratam as pessoas como lixo: não ofertam respeito, amizade, honestidade e compromisso com o próximo.
 
 
Família?
Infelizmente passei muitos anos afastado da minha família por ter saído de casa muito cedo para trabalhar. Fiquei muitos anos trabalhando bastante em Vitória
sem ter muito tempo para viajar mas essa situação mudou totalmente nos últimos anos.
A família é a maior dádiva do homem.
 
 
Um drinque?
Blood Mary
 
A receita é:
Em um copo longo ( 400 ml)
 
muito gelo
50 ml Vodka
15 ml molho inglês
suco de 1/2 limão
sal a gosto
3 gotas de tabasco
completar com suco de tomate
finalizar com uma pitada de pimenta do reino
 
Veja a receita em nosso site: www.finche.com.br/receitas
 
 
Uma frase que é seu lema de vida?
Não costumo associar frases aos momentos da minha vida, não tenho uma em mente.
 
 
 

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