16/11/12

 

 
O filme Sob o Sol da Toscana (2003), com Diane Lane, já havia sido bastante inspirador. Depois foram as imagens desta bela região italiana que frequentaram a telinha no horário nobre da TV Globo, com a novela Passione (2010). E nada melhor do que sonhar e planejar merecidas férias em um ambiente que costuma deixar seus visitantes, para dizer o mínimo, extasiados, boquiabertos e com aquela sensação de que o tempo parou – e o coração também.
 
A Toscana é aquela Itália que imaginamos a partir dos livros escolares. É o berço do Renascimento, onde está Florença, a estátua de Davi e outras obras primas de Michelângelo. Ou de Boticcelli, entre elas O Nascimento de Vênus. É também onde fica um dos maiores ícones italianos, a Torre (inclinada) de Pisa, na cidade de mesmo nome.
A região conta ainda com um circuito de pequenas cidades medievais lideradas por Siena e Lucca, vastos e belíssimos campos, o porto de Livorno, ótimos vinhos.
Só isso já seria mais do que suficiente para, acima de qualquer dúvida, perceber que esta é uma região que vale mesmo a pena conhecer – por vários dias, se possível.
 
Veja aqui dez pontos que você não pode deixar de observar, visitar ou saborear.
 
1 – O cenário
 
Observe. Ao ingressar no território da Toscana, o contraste é nítido. O cenário urbano dá lugar a colinas elevadas, com predominância de bosques rústicos. As cores ficam mais vivas, os aromas e sabores, mais intensos, e a natureza, totalmente harmoniosa. No mesmo compasso dos incontáveis hectares de plantações de uvas e oliveiras, pomares com girassóis e flores, surgem cidadezinhas medievais, que cativam o visitante de forma especial e irresistível.
A estrutura é fundamentalmente a mesma: ruelas íngremes, pontilhadas por lojinhas de artesanato local, suvenires, alimentos típicos como funghi seco, tartufos, trufas, azeite de oliva, queijos, e evidentemente, muitos vinhos. Uma praça central, com o duomo (catedral) ao fundo, constitui outra característica em comum entre as cidades.
 
2 – A gastronomia
 
 
A recomendação principal para quem escolhe a Toscana como destino, não foge à regra número 1 na Itália: abandonar o regime. A ordem é render-se aos prazeres de uma das regiões mais famosas pela qualidade de seus vinhos e gastronomia, que segue à risca a dieta mediterrânea, e em cuja base estão, entre outros ingredientes, o azeite de oliva e o vinho.
 
 
Para quem deseja variar o cardápio, a bisteca fiorentina, prato tipicamente toscano, é uma boa alternativa. A carne é servida com azeite de oliva, acompanhada por grãos e batatas cozidos. O queijo Pecorino di Pienza, considerado uma iguaria, é produzido ali, de diversas formas e sabores, assim como os prosciuttos (presunto cru).
 
No quesito massas, o picci, macarrão comprido como o spaguetti, e que leva apenas dois tipos de farinha e água, é preparado com desenvoltura pelas massaie, típicas senhoras toscanas. O molho de tomates frescos casa perfeitamente.
A região também é famosa pelos doces como o panforte (amêndoas com chocolate), e o cantucci (biscoito com amêndoas que deve ser mergulhado no vinho de sobremesa), entre tantos outros.
 
3 – Florença
 
A cidade de Florença, uma das maiores referências mundiais de arte e cultura, a principal da belíssima região da Toscana, a 160 km da costa, transpira arte a cada esquina. Da margem do rio Arno (Ponte Vecchio) à Catedral de Santa Maria del Fiore (Duomo), já são muitos lugares a apreciar. O tempo parece ser sempre pouco para tantos séculos de história.
Piazza della Signoria.
 
É um ponto chave e pode ser o ponto de partida do passeio por Florença. Ali estão o Palazzo Vecchio e a praça da Loggia dei Lanzi, um espaço aberto cujo acervo permanente é formado por algumas das mais belas esculturas do Renascimento (algumas são réplicas). É certo que por muitas ruas e praças de Florença há estátuas espalhadas e é justamente a concentração delas ali que fazem a diferença.
Na praça, encontra-se a Galleria degli Uffizi, na rua de mesmo nome. Entrar ali significa não sair mais. Dentro das paredes antigas deste casarão, está guardado o maior acervo renascentista de que se tem conhecimento. É um mundo à parte que atravessou o tempo de sua criação e conta com um compêndio da pintura renascentista italiana, com obras de Botticelli, Filippo Lippi, Paolo Uccello, Leonardo da Vinci e, claro, Michelangelo.
 
– Ponte Vecchio
É outro dos grandes símbolos da cidade e tem resistido à destruição da guerra e às inundações do rio Arno. Desde 1500 é o lar de joalherias e oficinas de ourives. Caia na rua do comércio subindo em direção ao Duomo. Na Loja del Mercado Nuevo, não se esqueça de acariciar o focinho “del Porcellino”, na verdade a escultura de um javali que, segundo a lenda local, ajuda a trazer sorte e dinheiro, além de garantir sua volta à Florença.
Depois de cruzar a ponte, você está em “Oltrarno”, ou além do Arno. Dos quatro bairros históricos de Florença, três – San Giovanni, Santa Maria Novella e Santa Croce – ficam neste lado do Arno. E somente um, Santo Spirito, fica do outro.
 
– Piazza de Duomo
A Catedral de Santa Maria del Fiore é belíssima e gigantesca. Por fora, é rica em detalhes, especialmente por conta das pinturas e esculturas em mármore e bronze nas suas paredes e portas. Por dentro, a imensidão da nave principal impressiona por sua amplitude e beleza. De baixo, a cúpula não parece ser tão detalhada, mas após subir mais de 500 degraus, a percepção é bem diferente.
A cúpula da catedral é um dos símbolos de Florença e de onde se desfruta de uma vista fantástica da cidade, bem como do interior do catedral. Ao lado fica outro gigante, o Campanário (torre do sino), de Giotto, além de um dos mais antigos batistérios, o de São João, decorado com as portas de bronze de Ghiberti e Andrea Pisano.
 
– Galleria dell’Academia
Tem sempre uma fila enorme do lado de fora. Vá preparado. Mas não deixe de ir. É lá que está a célebre (e original) escultura Davi de Michelangelo, que foi deslocado para a academia vindo da Piazza Signoria (onde foi substituído por uma réplica). No século 20, outras obras do mestre italiano também chegaram: os Prisioneiros, São Mateus e a Palestrina Pietá.
Além dessas, não deixe de ver a escultura Rape of the Sabines, de Giambologna e Madonna and Child e Madonna of the Sea, de Botticelli.
As salas dedicadas à pintura florentina oferecem um panorama da arte produzida no período entre Giotto e Masaccio.
Fica na via Ricasoli. O ingresso custa 6,50 euros, mas há opção de pagar 10 euros e assistir às exposições temporárias.
 
4 – Pisa
 
 
Há quem diga que ir a Pisa, pequena e charmosa cidade da Toscana, resume-se a ver sua legendária e inclinada torre, na verdade um campanário que foi erguido para servir a belíssima catedral local, toda em mármore e construída em estilo românico-pisano.
Ainda que fosse verdade a afirmação, somente a visita à Praça dos Milagres (Piazza dei Miracoli), onde esta a torre e a catedral, já seria razão suficiente. São belíssimos.
A cidade conta ainda com um dos mais belos batistérios da Itália, em estilo gótico, e ainda o Camposanto, que é na verdade um mausoléu.
 
5 – Cidade de Siena
 
 
No sobe e desce das acidentadas ruelas de Siena, segunda mais importante cidade da Toscana, não é raro ouvir concertos de música clássica procedentes da Accademia Chigiana, instituição de música mundialmente conhecida. Um dos múltiplos atalhos da cidade desemboca na Piazza del Campo, uma grande praça em forma de concha rodeada por cafés, restaurantes e lojas de suvenires.
Faz parte das construções locais o Palazzo Pubblico, onde é possível conferir obras de Simone Martini e Ambrogio Lorenzetti. Dentro do prédio há uma escada em forma de espiral, com 503 degraus, que leva até a torre del Mangia. São 102 metros erguidos acima da Capela de Piazza, de onde se pode contemplar a mais bela visão panorâmica da cidade.
 
6 – Província de Siena
 
Nas colinas centrais da Toscana, onde se alternam fazendas e palacetes, a província de Siena leva o mesmo nome da cidade, e contabiliza 36 “comunas”, como são conhecidos os pequenos vilarejos. As pequeninas e acolhedoras San Gimignano, Montepulciano, Pienza, Montalcino, Chianciano; Radda, Gaiole, Panzano (conhecidas como “Chianti Clássico”), todas de raízes etruscas, originaram uma rota de vinícolas premiadas internacionalmente.
Cada uma dessas fazendas possui a sua cantina e uma marca própria para o mercado. A maioria já desenvolveu um esquema para receber os turistas, que inclui visitas guiadas às plantações, tonéis e adegas, seguidas de degustação, com direito até a compras na lojinha no final.
 
7 – San Gimignano
 
 
A cidade de San Gimignano, famosa por suas 13 torres, construídas por famílias nobres rivais entre os séculos 12 e 13, já foi um grande centro têxtil. O local guardava o segredo da tintura amarela, a base de açafrão, que aparecia no caminho dos peregrinos que seguiam em direção a Roma. O Museu Cívico, com grande número de afrescos, abriga a torre mais alta da cidade. A igreja principal de San Gimignano, a Collegiata, e a igreja de Sant’Agostino, datada de 1.298, no estilo rococó, também são parada obrigatória. A Azienda Agrícola Palagetto (www.palagetto.it), uma das mais importantes da região, é um misto de plantadora de uvas, produtora e agriturismo.
 
8 – Montepulciano e Montalcino
 
 
No topo das colinas, a sudeste de Siena, está encravada a cidade de Montepulciano, onde estão concentradas duas importantes vinícolas abertas para visitação. A Fattoria della Talosa (www.vinodocg.it) tem galerias de afinamento escavadas dentro da colina. A Gattavecchi (www.gattavecchi.it) conserva uma tumba etrusca, e um terraço com vista para todo o vale de vinhedos.
Parte importante da rota pela província de Siena, sobretudo para os conhecedores de vinho, a cidade de Montalcino está localizada no alto de uma montanha, no centro de diversos vinhedos. Lá é produzido o famoso rótulo Brunello Di Montalcino, que dependendo da safra, chega a custar cerca de R$ 2 mil. Uma sugestão é visitar a vinícola Talenti (www.talentimontalcino.it), uma das históricas produtoras desse tipo de uva, e onde é possível degustar algumas safras do célebre vinho, ou até levar uma garrafa para casa.
 
9 – Lucca
 
 
Famosa por suas muralhas medievais perfeitamente conservadas, que podem ser percorridas no caminho de 4 km da Passegiata della Mura, de onde se tem um panorama de toda a localidade, Lucca também é conhecida como “a cidade das 100 igrejas. Andar a pé por seu centro histórico permite aos visitantes encontrar belíssimas igrejas como San Michele, o Duomo e San Frediano.
A cidade também esconde tesouros como a Piazza dell’Anfiteatro, construída sobre as ruínas do anfiteatro romano, ou a Torre Guinigi, cujo telhado é coberto por um belo jardim.
Nos arredores, visite Borgo a Mozzano, com a Ponte della Maddalena (também chamada de Ponte del Diavolo) e Bagni di Lucca, famosa pelas suas termas desde os tempos romanos. Montecarlo também merece uma visita, conhecido pelos seus excelentes vinhos, e Altopascio, por seu pão.
Lucca conta ainda com palacetes construídos por ricos mercadores do século 15. Os mais famosos são Villa Olivia, Grabau Villa, Villa Reale, Villa e Villa Torrigiani Mansi.
 
10 – Termas e mar
Além da enorme vocação para o turismo enogastronômico, outro grande chamariz da região da Toscana são as águas com propriedades termais. Em Chianciano, outra comuna de Siena, um spa pode ser a salvação para o bate-pernas intenso pelas cidadezinhas e vinícolas. O Terme di Chianciano oferece tratamentos organizados em um percurso, todos com águas quentes, em um centro de bem-estar ultra-moderno (www.termechianciano.it).
A região oceânica da Toscana também vale a visita. Entre mares cristalinos, montanhas e penhascos, há sete ilhas privilegiadas: Elba, Giglio, Capraia, Ilha Giannutri, Montecristo, Gorgona e Pianosa. Cada uma tem seu estilo, uma rica história e a proteção do Parque Nacional do Arquipélago Toscano.
A bela ilha de Elba é a maior da região e a terceira maior ilha italiana. Foi para lá que Napoleão Bonaparte foi após o fracasso da invasão na Rússia.
 
 
O que você precisa saber: 
 
Florença está a aproximadamente 250 km tanto de Milão quanto de Roma
 
A Tam opera voos para Milão partindo de São Paulo diariamente às 22h40. Já a Alitalia tem rotas diárias para Roma que partem às 15h de Guarulhos
 
A estação de trem FS Siena fica a 2 km do centro da cidade. De carro, é preciso estacionar nas áreas determinadas do lado de fora dos centros históricos.
 
 
Informações : RG Viagens e Turismo – (27) 3024.0441
 

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