19/06/15

 Nos últimos anos, as feiras especializadas em tecnologia vêm trazendo inúmeras novidades voltadas especificamente para bebês – ou seus pais. Barata e com baixo consumo de energia, a tecnologia Bluetooth, assim como os cada vez mais presentes smartphones, vêm contribuindo para essa tendência. Mas não é só isso. Jovens empresários da indústria são hoje pais de família e encontraram nos filhos a inspiração para novas invenções.

Assim surgiram a chupeta termômetro, a smartmamadeira, o analisador de choro e a escova de dentes hightech. Kirstin Hancock era vice-diretora de uma escola primária no centro de Londres. Quando seu bebê nasceu com um problema de saúde, ela e o marido decidiram fundar a Blue Maestro, empresa especializada em gadgets que utilizam tecnologia Bluetooth. "Eu media a temperatura de Olívia o tempo todo e nunca conseguia um resultado preciso", explicou Hancock. Da dificuldade surgiu a inspiração para a chupeta Pacif-i, que contém um termômetro e envia as medidas de temperatura para o smartphone dos pais. Ela avisa os pais quando o bebê tem febre e mostra se o remédio está ou não fazendo efeito. Um sensor também pode ativar alarmes se a criança engatinha para fora de uma área definida.
 
Hancock explicou que somente nos últimos anos a tecnologia Bluetooth ficou mais eficiente no uso de energia. Segundo ela, uma bateria pequena dura até o fim da vida útil da chupeta. O produto deve ficar disponível no mercado nos próximos meses.
 
O engenheiro Jacques Lépine é o diretor da empresa Slow Control, com sede em Paris. Um dia, tentava, sem sucesso, dar a mamadeira ao filho. "Minha mulher aparece de repente, e não está muito contente com o que estou fazendo", contou Lépine.
Ele estava segurando a mamadeira em ângulo errado, o bebê estava ficando cansado e continuava com fome. Então, Lépine foi projetar uma mamadeira que ajusta seu próprio ângulo e depois envia informação sobre quanto o bebê mamou, e quando, para o telefone dos pais.
 
O físico Michael Feigenson e a especialista em literatura árabe Miriam Goldstein moram com os três filhos em Jerusalém. O app que criaram, SoundSleeper, surgiu de suas "necessidades pessoais". Ela toca sons que ajudam bebês a dormir. Entre eles, barulho de chuva e – estranhamente, barulho de aspirador de pó.
Um dispositivo monitora sons emitidos pelo bebê e ativa o embalador se a criança dá sinais de que está despertando. O aparelho também acompanha e registra a quantidade de horas que o bebê dormiu.
 
Segundo seus inventores, um dos desafios que enfrentaram foi ensinar o app a diferenciar barulhos do bebê e o som de sirenes passando do lado de fora.
Hoje, a Soundsleeper está entre os 100 aplicativos mais vendidos na AppStore.
 
O inventor Ethan Schur, que trabalha na empresa Grush, com sede no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), decidiu dar uma ajudinha aos filhos pequenos na hora de escovarem os dentes. Ele e a co-fundadora da empresa, Yong-Jing Wang, têm dois meninos pequenos que não gostam muito de escovar os dentes. Resultado? O casal acabou com uma bela conta no dentista.
 
A solução foi "gamificar", ou seja, criar uma escova de dentes que usa games para que a criança visualize a escovação e ganhe uma pontuação quando acaba de escovar os dentes. A pontuação é registrada para que os pais acompanhem o progresso das crianças. Em um dos games, o usuário pode escovar monstros que estão escondidos nos seus dentes. Schur e Wang tiveram a ideia em 2006, mas ela só pôde ser concretizada em 2013, quando várias tecnologias ficaram disponíveis – entre elas, tecnologias vestíveis – ou seja, roupas e acessórios que incorporam tecnologia computadorizada -, smartphones e computação em nuvem.
 
A escova Grush foi lançada em janeiro no Consumer Electronics Show. Ela ficou na lista dos dez produtos mais interessantes da feira, segundo a Wired Magazine.
 
O engenheiro espanhol Pedro Monagas, da Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona, disse que, quando seu filho nasceu, chorava muito. Monagas gravou o choro do filho e pediu a amigos que lhe enviassem gravações do choro de seus bebês.
Ao analisar o formato das ondas sonoras, o engenheiro descobriu que lágrimas de fome, cansaço, tensão, irritação e tédio tinham formatos diferenciados.
Após realizar testes em hospitais em Barcelona, na Cidade do México e em Seul, Monagas concluiu que, com base na aparência das ondas, um programa de computador era capaz de distinguir a causa da perturbação na criança com precisão: a margem de acerto do computador era 95%. Choro de fome é mais energético, o de cansaço soa mais como gemidos. O choro de um bebê sob estresse envolve gritos curtos e intensos, segundo as observações do engenheiro. Monagas compara a App WhyCry a uma avó experiente que ajuda pais novatos a entender o choro do bebê recém nascido – até que, um dia, os pais sejam capazes de "decodificar" o choro do bebê por conta própria
 
 
Fonte: BBC

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