Canceriano, cachoeirense com orgulho e muito curioso. Curiosidade que  fez Jair Altoé entrar no mundo das artes gráficas, em 1996. Formado pela Ufes em Publicidade/Propaganda, está há 11 anos com seu escritório na área de design gráfico. Ele  cria logomarcas, folders, anúncios, embalagens e tudo que diz respeito à comunicação visual. Hoje também executa trabalho sem o cunho publicitário, como adesivos decorativos para vidros ou paredes de apartamentos bem como painéis cenográficos para eventos e até estampas para roupas.
Antes disso. foi uma longa caminhada. Jair  passou por muitas áreas da comunicação. Estagiou em rádio e agência de publicidade até ter seu próprio escritório. "Esta caminhada me deu bagagem para conhecer todas as áreas da publicidade, redação, atendimento, mídia, direção de arte, arte final. Sempre fui interessado na área de comunicação. Lembro-me que montava, com recortes, uma revista para meus amigos de infância quando tinha 14 anos. Adoro artes em geral, pintura, fotografia, música, escultura, cinema, literatura…", conta. Nesta entrevista ela fala mais sobre seu trabalho e o seus gostos pesssoais. Confira: 
 
 
 
Como é seu processo de criação?
Primeiro tenho uma conversa com o cliente para saber realmente o que ele pensa do trabalho, se tem alguma ideia. Meus trabalhos sempre saem de um conceito. Cada letra, cor, forma, desenho, formato, tudo tem a ver com o conceito escolhido. A partir daí, vejo a concepção de design para a peça com a diagramação das informações e formas em si. Escolhido o caminho, faço uma pesquisa com a concorrência para fazer completamente diferente deles. E depois começo a selecionar os elementos para composição do layout. O importante, e daí minha veia publicitária, é realizar uma arte conceitual sem perder o foco na venda, no institucional da empresa. Ter uma visão comercial do material.
 
O que é preciso para que a arte final fique boa e o cliente aprove? 
O grau de envolvimento que tenho com o trabalho. A qualidade da arte está relacionada ao conceito e, consequentemente, a um desenho, à escolha de cores, à escolha de tipologia, à diagramação dos elementos. Sempre explico o porquê de ter chegado àquela arte, por que escolhi determinada cor, fonte, desenho e formato. Acabo contando uma história do desenvolvimento do material e o cliente gosta desta visão que dou. Ou seja, ele sente que houve uma pesquisa, um estudo e que eu vesti a camisa do trabalho.
 
Mas nem sempre a melhor arte ou criação é aprovada pelo cliente. Como fazer para contornar essa situação? O que prevalece?
Olha, muito difícil o cliente não fechar na mesma arte que eu mas, caso contrário, vai prevalecer a arte que o cliente mais se identificou. É muito pessoal. Não posso impor o meu gosto pessoal para um cliente. Posso, sim, mostrar o trabalho do profissional Jair Altoé e daí, sempre dou 3 opções de escolha para o cliente. Se não escolher a que eu mais gosto, está tudo bem também. Os 3 caminhos estarão num resultado bom em relação à comunicação e estética visual, a escolha será cercada do gosto de cada um e isso é muito pessoal. Mas certamente farei de tudo para o cliente aceitar o que escolhi.
 
Com os programas e recursos disponíveis, muitas pessoas acham que elas mesmas são capazes de fazer uma logo, a arte de um convite e folder. E sabemos que o trabalho deve ser feito pelo profissional que estudou para isso. Uma logo mal feita, uma arte mal feita, pode acarretar em má divulgação e o não-sucesso de um evento e uma empresa?
Certamente um material mal executado é dinheiro jogado no lixo. Não há comunicação, não há interatividade, não vai ter o fator surpresa de, por exemplo, uma pessoa receber o convite e se surpreender com o formato, as cores, o modo com que foram diagramadas as informações. Quanto à logo, piora pois vai ser sua imagem, o cartão de visitas do seu produto ou prestação de serviço. Não é só abrir o programa, escolher um tipo de fonte, fazer alguns desenhos escolher qualquer cor… Enfim, tem que transcender. Tem que ter pesquisa, estudo, como falei, cada elemento dentro do meu trabalho tem um significado por estar ali. Tem que comunicar de forma clara, se há uma falha, um ruído, tudo se perde.
 
Quem quer entrar nesta área, o que precisa? 
Sem dúvida precisa ter sensibilidade com as artes em geral. Já escolhi cores para um trabalho vendo um desfile de moda, algumas esculturas já me inspiraram para estruturar uma logomarca, já fiz convite baseado em um trecho de uma música de Vinicius de Moraes… Enfim, tem que ficar ligado em tudo à sua volta. Tudo é informação e só tendo sensibilidade para captar e traduzir esses conceitos para virarem inspiração. Claro que a parte tecnológica também é importante, mas sem sensibilidade, inspiração e criatividade, esbarramos na pergunta anterior de materiais com resultados péssimos em termos de criação.
 
 
Fale um pouco sobre seus gostos e preferências.
 
Faz atividade física? Qual?
Sempre me dei bem com esportes, mas confesso que estou há um ano parado. Quero voltar a malhar e caminhar. Pretendo também voltar a pegar onda. 2012 promete!
 
Uma música?
"Será", do Legião Urbana.
 
Uma viagem inesquecível?
Minha primeira viagem sozinho com 17 anos ao Rio de Janeiro. Momento independência.
 
Um lugar que ainda quer conhecer?
De dia, Hawai.  De noite, Berlim.
 
Um refúgio?
Marataízes, no Sul do Estado.
 
Um livro?
Atualmente, “As Esganadas” de Jô Soares, Editora Companhia das Letras.
Sempre recorrentes: “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, e “Le Petit Prince: O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéri.
 
Um filme? 
Complicado. Gosto de tantos. De ontem, “The Usual Suspects – Os Suspeitos”, de Bryan Singer. De hoje, “La Piel que Habito – A Pele que Habito”, Almodóvar.
   
Um restaurante?
Aprazível, em Santa Teresa, Rio de Janeiro.
 
Uma comida?
Fácil! Moqueca capixaba.  Acompanhada da moquequinha de banana. Delícia!
 
Deus?
Luz.
 
 
Família?
União, sempre juntos. Tenho duas. Uma de sangue e outra que escolhi: meus amigos.
 
 Uma frase que é seu lema de vida?
“Como a fênix, das cinzas eu vou ressurgir.” Infelizmente não me lembro o autor, mas adoro a figura da fênix exemplificando o ciclo de vitórias e derrotas em nossas vidas. Será por que, hein? Já nem gosto de uma imagem gráfica (risos).

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